COACHING + DESIGN THINKING + AGILE = SENTIR E “BRINCAR” COM O MUNDO ORGANIZACIONAL
É boa estratégia dares o teu melhor para te manteres limpo e brilhante; Tu és a melhor janela pela qual podes ver o mundo
George Bernard Shaw
Ao contrário do que é costume, existiu um espaçamento maior entre o artigo anterior do blog e este que estás agora a ler. Não foi por uma questão de preguiça ou por uma questão de estar embrenhado em trabalho.
Foi uma escolha deliberada porque, devido a afazeres profissionais em LX que se prolongaram por vários dias, tornou-se mais importante para mim Sentir e Brincar ao Mundo. Eu explico! ?
Sentir e Brincar ao Mundo significa basicamente ter a possibilidade de estar presente, ligado ao Agora, enraizado em Palcos e Oportunidades para, por um lado, poder Expressar Quem Sou, o que é importante para Mim, como vejo o Trabalho, a Vida e o Mundo.
E por outro, poder materializar isso em partilha com os outros, no terreno, com coisas concretas, através do trabalho (neste caso).
Os meus dias em Lx foram distribuídos em dois projetos:
// Um sobre Performance Pessoal e Profissional, durante dois dias intensos, de trabalho profundo – criativo e de processos – com uma equipa de direção que mergulhou no roadmap que lhes preparei sobre a temática;
// Outro sobre a temática do Design Thinking em Gestão de Projetos, para uma equipa multidisciplinar e de diferentes nacionalidades que trabalha com um dos maiores artistas contemporâneos portugueses. Apesar de serem temáticas aparentemente bastante diferentes, existiram pontos comuns bastante interessantes. Partilho contigo essas “coincidências” ?:
1 MEANINGFUL CONVERSATIONS
Associado à facilitação, consultoria e formação, normalmente o foco está mais nas ferramentas, nas técnicas, no conteúdo.
Considero que, mantendo a importância destas, tão ou mais importante são as reflexões e conversas que surgem das dinâmicas práticas que as pessoas realizam de forma individual e em equipa.
Só assim conseguimos incluir na equação a contextualização dos seus pains&gains, atividades e interações. E o valor e impactos que proporcionam aos seus clientes internos e externos.
Dessa forma trazemos ao de cima um propósito, rapport e sentido de urgência alinhados relativamente à temática a trabalhar.
Como já referi algumas vezes nos artigos, costumamos falar muito nas empresas, mas conversa-se pouco. ?
2 KNOW-HOW, FERRAMENTAS NECESSITAM DE CONTEXTO, REALIDADE E OBJETIVOS BEM DEFINIDOS
É fabuloso o impacto que essas metodologias e ferramentas possuem quando são utilizadas focando-nos na Capacitação – a habilidade que as pessoas desenvolvem de usar da forma mais customizada e eficaz o que aprendem, praticam, imaginam e definem como plano de ação, ao seu próprio contexto e objetivos – ao seu Mundo.
Quando falo em Mundo falo mesmo de uma abordagem Full Spectrum – Quem São as Pessoas, os seus Interesses, o seu Trabalho e Colaboração Individual e Organizacional e de que forma os seus talentos, competências, experiência e capacidade de imaginar soluções e abordagens diferentes magicamente se conseguem sincronizar no seio de uma equipa.
3 FACILITAÇÃO É O MELHOR DE VÁRIOS MUNDOS
Tendo por base duas temáticas diferentes, a abordagem para ambos os projetos foi a Facilitação. E neste momento é o registo profissional em que me sinto mais realizado, presente e fluído.
Todos estes projetos, sejam em formato de workshop com duração de alguns dias até projetos ou iniciativas mais prolongadas e profundas na organização requerem que se consigam criar vários sincronismos – de agenda, de alinhamento, de perceção do negócio e da própria organização.
As competências de facilitação são uma componente essencial destas conversas organizacionais deliberadas que são, ao mesmo tempo, divergentes nas suas perspetivas e contribuições.
Como facilitador preparo o palco colaborando na definição da imagem clara do objetivo final, definindo atividades de exploração do “território” associado à temática, problema ou oportunidade que está a ser trabalhada.
Isso permite que as equipas tragam para “cima da mesa” recursos, ideias, opções e estratégias originadas pelos próprios.
A Facilitação materializa a Soberania Pessoal e Organizacional.
Porque faz acontecer a preparação, a comunicação clara, a escuta ativa, as questões, o trabalhar um ambiente seguro para a partilha, e facilita a viagem de sonho, design e planeamento da nova realidade, que faz com que as equipas sintonizem numa frequência de soberania, de possibilidade, de participação.
As equipas tornam-se consultores internos.
4 JOB CRAFTING
Amy Wrzesniewski, professora na Yale School of Management, descreve o Job Crafting como sendo:
“… o que os colaboradores fazem para redesenhar as suas próprias atividades – em modo botton-up – de uma forma a fomentar o seu envolvimento no trabalho, a sua satisfação com as atividades, a sua resiliência e a sua prosperidade interior.”
Foi muito giro e recompensador ver como de uma forma bastante orgânica o Job Crafting surgiu nestes dois projetos.
Como se conseguiu criar um ambiente de segurança, transparência e descontração, isso colocou as Pessoas num estado de Flow, ficando imersas, dedicadas e empenhadas às atividades que lhes foram propostas, ao mesmo tempo que davam a sua contribuição em formato Profissionais Pi-Shape.
5 A ENGENHARIA ORGANIZACIONAL FUNCIONA ?
Nas minhas abordagens de trabalho tenho 3 pilares:
- Desenvolvimento Evolutivo de Pessoas e Lideranças;
- Transformação e Inovação Organizacional Human Centric;
- Design de Culturas, Equipas e Workflows;
Tive mesmo muita sorte pelo facto do meu percurso profissional. O Serendipity balizado pelas minhas aspirações levou-me a trabalhar em temáticas e ambientes organizacionais diferentes.
Mais do que os diferentes blocos – vamos chamar-lhes os neurónios organizacionais – como pessoas, processos, liderança, inovação, produto/serviço, clientes – sou rapaz de valorizar as sinapses/ligações entre eles.
Essa abordagem de Ecossistema implica trazer para a equação do Desenvolvimento Integrativo de Pessoas e Organizações temáticas tangíveis e outras intangíveis, dirigir a magia da imaginação, inovação, ideação e possibilidade para a calibração e implementação do melhor impacto nas Pessoas e Sociedade, ao mesmo tempo que somos recompensados com o Lucro com Propósito no nosso trabalho e empresas.
Foi dessas experiências, reflexões, desafios, frustrações de ver Pessoas e Organizações “quebradas” ou a não materializar todos os seu talentos, recursos e experiência alinhados e potenciados em resultados, impactos, evolução e equilíbrio que desenvolvi a abordagem da Engenharia Organizacional e de como a fazer Acontecer e Impactar nas Pessoas e Organizações.
Então, a profundidade, maleabilidade e foco no Ser Humano das abordagens do Coaching, Design Thinking e Agile fizeram com que fossem (para já ?) as escolhas óbvias para esta minha forma de ver e “trabalhar” os Profissionais, Organizações e arredores. ? Nestes dois projetos, apesar de terem temáticas, objetivos, áreas de negócios e pessoas/funções bastante diferentes, existiram sempre pitadas mais ou menos generosas das “especiarias” de todos os 3 pilares de abordagens de trabalho que referi.
ACEDE AO ESPANTO E CAPACIDADE DE TE MARAVILHARES
Como fã dos paradoxos, acredito que o sucesso e performance futura das Pessoas e Organizações irá advir da nossa habilidade em sulcar e sincronizar o que não é lógico, linear e compreensível.
Steve Pinker afirmou que os vários módulos dos nossos cérebros e mente ainda estão desenhados e ligados tendo por foco a Sobrevivência e não a procura da Verdade. ?
Concordo!
Os nossos cérebros não estão construídos para lidar com toda esta incerteza. E é por isso que é necessário proteger e manifestar a nossa capacidade de sentirmos Espanto. E navegarmos em atividades concretas de Sonho para criar as melhores Realidades. As Emoções são “marcadores” internos de Aspirações, Desafios, Aprendizagens.
Quando falo em Espanto, é a maravilha que sentimos quando encontramos algo poderoso que não podemos explicar facilmente.
Falo na sensação paradoxal de nos sentirmos cheios/realizados e ao mesmo tempo humildes perante uma determinada experiência, estímulo, interação.
Nestes dois projetos, vi as pessoas a sentirem alguns desses momentos de Espanto ou Wonder, Awe, Amazement como referido em inglês:
// Porque mapearam o seu território individual e coletivo relativamente às temáticas em causa;
// Porque o percurso que realizaram de Consciência, Transformação e Ação, identificando o seu próprio radar de influência gerou nelas inspiração, energia e motivação para agir;
//Porque conseguiram transcender os quadros de referência individuais e organizacionais e construir novos heartsets e mindsets;
// Com isso utilizaram a sua criatividade inata para imaginar soluções normais eficazes e ideias “exóticas” com potencial de impacto nos seus pains&gains;
// E assim desenvolveram a capacidade de tomarem as melhores decisões, individualmente e em equipa.
Para podermos Sentir e Brincar ao Mundo Organizacional desta forma que apresento é necessário sentirmo-nos em casa.
Para mim casa não é tanto onde nós estamos fisicamente, mas onde conseguimos Manifestar Quem Somos.
Onde sentimos que estamos a crescer e evoluir através da exploração e feedback. É onde sentimos e vemos as coisas a acontecer, onde participamos.
E onde temos a consciência e orgulho do nosso trabalho como sendo um trampolim de evolução e equilíbrio para os Outros.
Sou muito grato pela forma como nestes dias Senti e Brinquei com o Mundo. Porque apesar de estar fora, senti-me completamente em Casa!
Obrigado, Abraço e Cuida-te,
Hugo