À mulher de César não basta ser séria, tem de parecer séria – Caio Júlio César
Concept Manifesto para o Coaching para Pessoas nas Organizações
O Coaching é uma abordagem profissional balizada no tempo onde o Cliente (o Especialista), com o apoio do Coach (o Facilitador), toma Consciência do seu verdadeiro potencial e competências e de como as pode enquadrar na materialização de objetivos, performance e resultados pessoais e profissionais.
Um Concept Manifesto é uma declaração pública de um determinado propósito e/ou intenção. Destina-se a inspirar todos os que criem rapport com essa mensagem – clientes, utilizadores, colaboradores, gestores, líderes, atuais e futuros. Algo que é inegociável num manifesto é a autenticidade. E é por essa porta que vamos entrar para a reflexão de hoje.
Coaching é uma palavra muito desgastada! Não existe unanimidade relativamente à abordagem, resultados, metodologia e grau de desenvolvimento proporcionado.
O único consenso que existe é que a palavra é sexy. E que fica bem antes ou depois de qualquer tipo título profissional.
Existem algumas questões-chave que definem o estado atual de confusão sobre a perceção do que realmente é o Coaching.
Refletir sobre estes tópicos será a melhor forma de encontrar as melhores (e verdadeiras respostas).
- É um processo de ajuda ou facilitação?
- Foca-se numa abordagem indutiva ou baseia-se escuta ativa, metodologia científica e contextualização de feedback?
- Cria dependência ou promove o livre arbítrio?
- Todos podem ser um Coach ou todos podemos ter uma atitude coach?
- Quais as verdadeiras responsabilidades do Coach e do seu Cliente(s) num processo de Coaching?
Estas questões alimentam as reflexões, comentários e a perceção (ou várias) que existem relativamente ao impacto do Coaching no mundo empresarial.
Com este manifesto, pretendo humildemente dar o meu contributo para que exista mais clareza e objetividade sobre o que é o Coaching. “Desvios” ao processo, falta de rigor e preparação insuficiente e não científica levaram a episódios que alimentam a desconfiança existente, após o boom e a “moda” dos anos mais recentes.
Uma imagem vale mais que mil palavras. Apresento um esquema onde se pode rapidamente se pode concretizar o que realmente é o Coaching | e comparar com outras atividades:
Clareza no Propósito e Princípios do Coaching
Apesar de esta diferenciação ser relativamente simples, não está devidamente comunicada. A partir desta base, vou contribuir com as minhas respostas às perguntas que coloquei:
// É um processo de ajuda ou facilitação?
- É um processo de Facilitação, pois o Coach, tendo o Cliente definido um objetivo concreto, importante e verdadeiro a atingir, vai acompanhar e promover uma reflexão interna do Cliente. Essa reflexão fluirá através de 3 fases macro – Consciência, Transformação e Ação.
//Foca-se numa abordagem indutiva ou baseia-se escuta ativa, metodologia científica e contextualização de feedback?
- A trave mestra do Coaching é constítuida pela segunda hipótese. A Escuta Ativa é algo que é trabalhado, através do desenvolvimento da liderança pessoal do Coach. Só assim este pode estar disponível para escutar, não realizar juízos de valor e não apresentar sugestões e opiniões de especialista. O maior especialista do Cliente é ele próprio.
- A nível de Metodologia Científica, as melhores e mais robustas certificações internacionais promovem a aprendizagem e prática aprofundada de:
- Metodologias do Coaching;
- Competências do Coach;
- Comunicação e Linguagem Verbal e Não-Verbal;
- Neurociências;
- Inteligências Múltiplas, entre outros.
- Tudo isto cria o “espelho” que reflete e materializa as reflexões internas do Cliente em algo visível, concreto, sentido e consciente.
// Cria dependência ou promove o livre arbítrio?
- O objetivo da sessão ou de um processo de Coaching é definido pelo Cliente. O contexto pelo qual o objetivo ou meta é importante é verbalizado pelo Cliente. Imaginar novas possibilidades e resultados que possam surgir do alcançar dessa meta só o Cliente o pode fazer. Como o Cliente é “motivado” a criar o seu próprio plano de ação e a comprometer-se com datas e timings, também esta fase é da sua responsabilidade. Promove o Livre Arbítrio.
// Todos podem ser um Coach ou todos podemos ter uma atitude coach?
- Todos nós podemos ter uma Atitude Coach – escutar de forma verdadeira as pessoas, saber gerir e integrar as nossas emoções e pensamentos. Esta integração leva a ações adequadas a cada situação a nível de prioridades, decisões foco e comunicação interna e relacional.
- O contínuo desenvolvimento pessoal = processos de consciência + transformação + ação consolidados permite refinar a escuta ativa, o respeito pelo contexto do Cliente e/ou objetivo (excepto em situações devidamente identificadas num código de ética).
- A forte aprendizagem, prática e mentoria dos conceitos citados nos pontos anteriores permite dominar a metodologia rigorosa, mas customizada que permite que cada processo seja único, desejado pelo Cliente e promovendo as suas próprias soluções.
- Tal como é preciso uma boa base de formação académica + experiência para podermos ser ótimos consultores e psicólogos, a exigência para se poder ser um Coach devidamente preparado não é diferente.
- A ideia-chave é desenvolver skills e competências para realizar uma Boa Escuta Ativa e colocar as Questões Adequadas. As melhores respostas são geradas pelas melhores perguntas.
// Quais as verdadeiras responsabilidades do Coach e do seu(s) Cliente(s) num processo de Coaching?
- Um processo e/ou sessão de Coaching é sempre uma interação de mútua responsabilização. Uma meta que não seja verdadeira por parte do Cliente não permite realizar um processo de consciência profundo e eficaz. Um plano de ação definido pelo Cliente e que não seja cumprido obviamente não irá proporcionar os resultados desejados.
- Um Coach que não se interessa verdadeiramente pelo registo e valores do Cliente mas está mais interessado em ter uma oportunidade de brilhar com um conselho, sugestão ou indução não respeita a abordagem que preconizo.
- Um Coach que cuida de si, criando o melhor equilíbrio possível entre emoções, mente e corpo, está a assumir as rédeas do seu processo de desenvolvimento contínuo. Esta responsabilidade apresentar-se a um Cliente como um facilitador. Será assim mais fácil e verdadeiro transmitir tranquilidade, empatia e criar um “local” de confiança.
Obviamente que existe uma interação de rapport, confiança e mútua responsabilidade entre Cliente e Coach. E faz parte do trabalho do Coach facilitar a contextualização e clareza de determinada meta ou objetivo.
O Coaching é uma relação profissional onde o Cliente decide para onde olhar e o Coach não lhe diz o que ver.
Como sei que os melhores especialistas sobre o desenvolvimento profissional e da organização são os próprios Líderes, Gestores, Colaboradores e a própria Organização, imagine o seguinte:
Como se irá transformar na sua vida profissional quando conseguir olhar para a direção adequada e ver | sentir | consciencializar aquilo que realmente é importante para as metas e resultados que pretende?
Abraço e boa semana,
Hugo