Os 8 Superpoderes do FLUX(O) – Mudança (Parte 2)

Os 8 Superpoderes do FLUX(O) – Mudança (Parte 2)

Os 8 Superpoderes do FLUX(O) – Mudança (Parte 2)

1170 780 Hugo Gonçalves

Toda a mudança positiva – todo o salto para um nível maior de energia e consciência envolve um ritual de passagem. A cada subida para um degrau mais alto na escada da evolução pessoal, atravessamos um período de desconforto, de iniciação. Eu nunca conheci nenhuma exceção a este percurso

Dan Millman

OS 8 SUPER PODERES DO FLUXO – A ABORDAGEM ORGÂNICA PARA A MUDANÇA ORGANIZACIONAL

Na primeira parte deste artigo apresentei os 8 Superpoderes ligado ao Fluxo – Profissional e Organizacional.

De uma forma resumida, o Fluxo é um estado de espírito onde abraçamos a mudança como sendo um ponto de partida ou dimensão que leva à integração simultânea de segurança interna e prosperidade e evolução.

É a capacidade de ver todas as mudanças, quer queiras, esperes, quer gostes ou não – como uma oportunidade, não uma ameaça, e aproveitar os seus tesouros e abundância.

Pareceu-me importante dedicar mais algum tempo e palavras a refletir e imaginar possibilidades sobre algumas das dimensões do FLUX(O), por serem menos obvias e paradoxais. Partilho agora o resultado. ?

// NUM MUNDO QUE ACELERA, APRENDE A ABRANDAR

A lógica diz-nos que para conseguirmos acompanhar o ritmo do Mundo, temos que acelerar. Eu acredito que é possível termos o livre-arbítrio de definir qual o ritmo pelo qual queremos trabalhar, viver, interagir. 

Isso pode implicar decisões “exóticas”, mas reais – eu próprio já tive algumas destas e já vi alguns líderes e organizações a seguirem por esse caminho:

Escolher ganhar “apenas” + 7 e com isso proporcionar Equilíbrio, Performance, Responsabilização em vez de tentar ganhar + 20 e com isso agir com os objetivos como fins independentemente dos meios, o lucro à custa de uma cultura saudável e a transformação das Pessoas e do seu talento e contribuição em números e engrenagens.

Claro que esta perspetiva “herege” ? de atingir a Satisfaciência é algo complicado de integrar tendo em conta a forma como o nosso mundo profissional e organizacional está desenhado e se manifesta.

Mas é sempre possível ?

Num mundo em FLUXO, a “linha da meta” está sempre a mudar de sítio. ?

Negócios, tendências, tecnologias, alterações de necessidades, prioridades e aspirações das pessoas, tudo isso muda quase diariamente. 

Nesse sentido, quanto mais corrermos, sem parar para refletir e ganhar fôlego, pior serão os resultados mais à frente.

Porque vamos acabar por estar num vórtice onde já não teremos força para escolher o caminho

Abrandar não significa complacência, preguiça, estagnação. E abrandar não é apenas tirar uns dias de férias ou fazer uns retiros de vez em quando. Ajuda, mas não é o núcleo central desta abordagem.

Abrandar significa paradoxalmente muito movimento, curiosidade, pesquisa, observação, sair dos escritórios, falar com as Pessoas e o Mundo. 

Já tive a oportunidade de partilhar em artigos anteriores algumas formas de podermos colocar em prática de forma deliberada esta abordagem tão fora do que é expetável num ambiente corporativo – NIKSEN e WU-WEI


Pode ser interessante [re]visitar! ?


// O “SUFICIENTE”

As abordagens contemporâneas da abundância material, picos experienciais e afins construíram uma “necessidade” de mais, de crescer apenas porque sim.

Nada é suficiente, nada é adequado para sempre, nada nos consegue alimentar e nutrir de forma constante. 

Isto não é apenas uma questão que tenha a ver com as tecnologias, mas também deriva de uma noção de “sucesso” baseada no tangível, material e no papel das “coisas” externas na definição de quem SOMOS internamente,

A Satisfaciência é a capacidade de encontrar a solução, quantidade, métrica de sucesso pessoal e profissional que te permite ser eficaz, eficiente e deixar-te preenchido.

É conhecer o teu “isto é Suficiente para Eu estar Realizado”.

// PORTFOLIO DE CARREIRA

As forças macro e líquidas que estão e vão trilhar o futuro do Trabalho e Organizações estão a pedir “pensador@s” e “sensitivos” adaptáveis, curiosos, resilientes e empáticos.

Olhando para o potencial e escolhas associadas à automação, trabalho distribuído e à Great Resignation, o sucesso profissional irá ter certamente uma nova genética.

O portfolio de carreira é uma nova forma de veres, pensares, falares e construíres o teu futuro profissional, de forma a poderes navegar no mundo das organizações com um propósito, clarividência e flexibilidade. É um Jobcrafting.

Já não existem circuitos lineares de “subir” na cadeia alimentar de uma organização. Um portfolio de carreira é um Jogo Infinito.

Representa a tua jornada de um Profissional KNOWMAD ?, incluindo os papéis, responsabilidades, competências, eventos e experiências de vida profissional e pessoal que se interligam e que mutuamente criam a tua flexibilidade e capacidade de navegar em sistemas complexos e incertos. 

A habilidade de sabermos navegar na ambiguidade, de termos que dar respostas adequadas a problemas ou contextos desconhecidos – o saber usar da melhor forma o “não saber” – será o teu grande diferenciador profissional. 

Será a maior vantagem competitiva da tua organização. Será a maior ameaça dos teus concorrentes. Será aquilo que mais irá Impactar, através de produtos e serviços, as Pessoas e o Mundo!

O Portfolio de Carreira é um Portfolio de VIDA, do SER que tu ÉS!

Reflete a tua identidade e potencial profissional. Inclui a combinação única e fabulosa de competências, experiências, talentos, capacitação que podem ser misturados, combinados em diferentes formas.

Experimentei desenhar o meu portfolio de carreira e voilá! ? Pode ser um bom exercício criares o teu, fica aqui o desafio! 

// VER O QUE É INVISÍVEL

Muito do meu trabalho como facilitador e consultor colaborativo nas áreas de:

passa por explorar com os líderes, gestores, equipas e organizações aquilo que eles não veem e ainda não sabem! ?

Para além da miopia organizacional ?, que se manifesta em quase todo o sector corporativo, existe também uma falta de Sensemaking do que existe, mas ainda não se vê!

É muito raro as organizações saberem parar, observar, refletir e decidir em modo helicóptero e ecossistema. 

Muitas vezes a mudança, a transformação, a disrupção, os cisnes negros mexem tanto com as coisas que esses “invisíveis” aparecem de repente em frente ao nosso nariz e ficamos a panicar, por não sabermos de onde veio, como surgiu tão rápido e o que se pode fazer. 

O Valor é uma das coisas que é muito invisível para muitas organizações. Valor não é dinheiro ou lucro, valor são Impactos e Soluções.

É a forma como contribuímos para que o dia-a-dia das Pessoas seja melhor, conseguindo através de produtos e serviços resolver problemas, poupar tempo, criar oportunidades e acessibilidades, proporcionar experiências emocionais, relacionais e de segurança e alimentar a necessidade cada vez maior que as Pessoas possuem ao nível da sua auto atualização.

Se tu, a tua equipa, os teus líderes, a tua organização “desconhecem” como se manifesta a proposta de valor de uma forma concreta, prática, tangível, estamos então perante um fosso não muito interessante, certo? ?

 // E AGORA?

 

DEIXAR IR

Deixar ir não tem a ver com fingir que nada se passa ou que nada muda, mas exatamente o contrário – reconhecer que tudo está a mudar e isso causa vários tipos de sensações, emoções, traz ao de cima crenças e desafios.

Quando as grandes mudanças surgem, não é razoável esperar que a melhor solução caia logo do céu. 

Faz parte da resposta deixar ir o que já não faz sentido ou aquilo que nos traz uma segurança baseada no hábito, conforto, estabilidade e não numa soberania baseada no Amor, Verdade e Liberdade e Contexto.

Sim, o trabalho e as organizações também podem ser ótimos palcos para podermos materializar estas dimensões. ?

CONFIAR // “SURRENDER”

Para Deixar Ir é necessário Confiar – em ti, nos outros, nas tuas competências e potencial, nas dos outros!

Confiar que é possível navegar no que não se conhece, que existe possibilidade e poder em não se conhecer algo, que o mais importante mesmo não é saber o que aí vem, a competência fundamental é conseguir ser clarividente sobre a pergunta – “Qual o caminho/ação mais adequado AGORA?

AUDITA A MUDANÇA

Avaliar holisticamente a prontidão/capacidade da tua organização em saber navegar num Mundo Líquido e em FLUX(O) proporciona as fundações de bambu para lidar com um contexto onde a única coisa que será constante é a mudança. Esta “Change Audit” procura trazer uma clareza multinível na organização:

  • Em primeiro lugar, onde é que a mudança está a “bater e criar mossa” com mais impacto na tua organização, indústria, equipa ou na vida dos clientes?
  • Destas, quais são as transformações mais desafiantes e porquê?
  • Finalmente, que lastros e estruturas atuais poderão impedir uma melhor navegação e fluidez?
 INTEGRA OS 8 SUPERPODERES FLUX(O) NA CULTURA ORGANIZACIONAL

À medida que a “incerteza constante” se torna a norma, há muitas formas de os líderes, profissionais e gestores atualizarem significativamente as suas abordagens para a mudança.

Atualizar declarações de missão organizacional e valores culturais para refletir um mundo em fluxo é um bom ponto de partida. Mas a integração do fluxo na cultura organizacional deve estar enraizada em ações, normas e práticas ao longo do tempo.

  • Recompensar os colaboradores pela sua plasticidade, quando forjarem novas soluções e novas formas trabalhar e executar;
  • Valorizar o Mindset+ Heartset tanto ou mais que a performance ou a gestão;
  • Dar mais responsabilidade aos colaboradores para que possam olhar de frente para a incerteza, confiar nas lições que esta traz, e orientar os outros para insights fundamentais.
PRIMEIRO MINDSET + HEARTSET, SÓ DEPOIS A ESTRATÉGIA

Qualquer estratégia ou mecanismos de “coping” é gerado pela integração existente entre as nossas emoções e a nossa forma de racionalizar os eventos. 

Sentir a mudança de um local de medo ou de esperança é completamente diferente. Achar que os planos, a lógica e o que faz sentido permite garantir um determinado resultado é, hoje em dia, uma verdadeira ilusão. 

Decisões, estratégias, ações e planos não surgem de um vácuo. São esculpidos pelas emoções, pressupostos, crenças, capacidade (ou não) de exploração e de pedir/receber feedback. Quanto maior for a competência e a clareza nestas dimensões, melhor será a estratégia de abordagem à mudança.

Assim, os 8 Poderes do FLUX(O) são podem certamente ser materializados de uma forma orgânica através da Engenharia Organizacional!

Onde Pessoas [Coaching/Mentoring] + Inovação [Design Thinking + Customer Development+Problem Solving] + Cultura [Management 3.0 + Liberating Strutures + Cultura por Valores] se entrelaçam em vários “Caminhos do Meio”. 

Obrigado, Abraço e Cuida-te,

Hugo

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