As 10 Características-Chave de um profissional Knowmad

A parte que ignoramos é muito maior que tudo quanto sabemos. Platão

Nómadas ou Knowmads?

Muitos de nós temos o “chamamento” do novo e do desconhecido. Apesar de estarmos presentes e focados no dia-a-dia, em vários momentos experienciamos o que vários autores denominam como sendo o “day dreaming” – pequenas viagens onde, consoante o tema, paixão, contexto ou desafio, uma parte de nós se abstrai da realidade presente.

Em outros casos, entramos no famoso estado de flow, brilhantemente identificado e descrito por Mihaly Csikszentmihalyi. É um estado mental, obviamente emocional e também almático (do meu ponto de vista) onde um indivíduo que desempenha determinada função ou reflexão está num estado de profunda conexão com um foco intenso ao mesmo tempo que sente uma experiência de alegria e prazer.

Para os desafios das Pessoas e Organizações, no presente e no futuro, é necessário “navegar” nestes dois estados de forma consciente. Estar com a “cabeça no ar ao mesmo tempo que temos os pés assentes no chão” é a metáfora que utilizo com os meus clientes | colegas sobre qual será a melhor abordagem para as suas organizações conseguirem acompanhar o ritmo da mudança e principalmente, para conseguirem lidar com a incerteza e o desconhecido.

Imaginar e Executar, Refletir e Agir, Planear e Reformular. Tudo isto são paradoxos que nos retiram do conforto da estrutura e do sistemático. As organizações terão que abraçar o risco, a mudança, o desconhecido, a diferença e as “impossibilidades”.

Sendo as Pessoas a mais complexa “tecnologia” que conheço :),  quais as características, skills e talentos que, ao serem potenciados e trabalhados, poderão criar fluidez, harmonia e resultados neste futuro que descrevo?

Em 2013, John Moravec apresentou numa palestra TEDx o conceito de Knowmad Society. A partir desse evento, o conceito cresceu, alinhou, divergiu e alguns autores e pensadores começaram a avaliar como se poderia aplicar em contexto profissional.

Das várias definições de Knowmad que encontrei, e sendo coerente com a minha vocação de integrar, apresento a minha “construção” pessoal do conceito:

Um Knowmad é um profissional que, tendo um eixo específico e definido de atuação, vagueia ao nível do conhecimento, experiências, inovação e do inesperado. É alguém criativo, altamente inteligente a nível emocional, que se dá bem em contextos de individualidade e de trabalho em equipa e que adopta uma plasticidade genuína que lhe permite trabalhar com toda a gente, a qualquer altura e em qualquer lugar. Procura obter conhecimento não só através da pesquisa e leitura, mas também das conversas, viagens, formações e da sua capacidade de sonhar. Encontra palcos onde pode experimentar e iterar as suas novas ideias, para permitir uma melhor definição e apresentação das mesmas a um mundo mais “convencional” das organizações e negócios. Por fim , consegue materializar o famoso “cabeça no ar com os pés no chão”, através de uma constante reconfiguração e recontextualização dos temas, atividades, resultados e relações profissionais.

Os Knowmads assumem com todo o gosto a responsabilidade de desenharem os seus próprios futuros profissionais em projetos próprios e empresas e não são tímidos em sugerir às organizações onde trabalham que criem as condições necessárias para que tenham a oportunidade de serem designers e influenciadores de processos e atividades.  Se não existir uma oportunidade para poderem participar numa verdadeira mudança e com impacto pessoal, profissional e na sociedade, quase todas as moléculas do seu Ser irão dizer – it’s time to move on.

Em 2020, 45% dos profissionais irão trabalhar neste registo e segundo esta filosofia.

A mudança é naturalmente desconfortável e assustadora, mas a “segurança” e a “estabilidade” que desfrutamos até há cerca de alguns anos estão obsoletas – emprego para a vida, reformas, fluxos estáveis de dinheiro.

Para isso, a tal plasticidade mental e emocional terá que ser fluída e eficaz. Potenciando o lado humano e também a tecnologia. Baseado no ótimo infographic da autoria de John Moravec, apresento as 10 características-chave dos Knowmads e a respetiva desmistificação de mitos urbanos que bloqueiam o desenvolvimento nas organizações e sociedade:

 

• A Idade não é um obstáculo – Muitos projetos amplamente conhecidos e milhares ou milhões de pessoas e projetos desconhecidos e com sucesso por este mundo fora surgiram quando os seus criadores tinham 37, 40, 45 anos ou mais. Uma mente fresca, uma curiosidade acutilante, uma empatia sincera e uma podenração q.b. são reconhecidamente talentos que fazem o mundo dos negócios mexer. Estão dependentes da atitude e esperança, não da idade. Não esquecer que Pessoas compram a Pessoas, Pessoas trabalham com Pessoas. Só mais uma nota sobre este tópico – A Idade não é um obstáculo! Mesmo! Todos nós temos um conjunto de recursos fantásticos, apenas precisamos de os identificar e encontrar um palco profissional para eles.

• Constroem o seu conhecimento através de informação explícita, de conversas com pessoas mais experientes – no sucesso e em projetos que não resultaram – gostam de experimentar, iterar e prototipar ideias, conceitos e objetos e utilizam tudo isso com o propósito de alcançar novas possibilidades e criar futuros menos incertos;

• Conseguem contextualizar as suas ideias e pontos de vista em vários registos organizacionais e profissionais. Sabem adaptar o seu discurso e linguagem a cada caso e não o fazem através da manipulação, mas sim através da empatia e da percepção de quem está à sua frente;

• Estão naturalmente motivados para a colaboração e a partilha, e gostam de “navegar e vaguear” através das próprias organizações, realizando outras atividades profissionais e/ou lúdicas, e expõem-se a diferentes culturas e sociedades;

• Utilizam as tecnologias de forma equilibrada para resolver problemas, serem mais produtivos e ultrapassar limitações geográficas;

• Partilham o que sabem, porque acreditam no conceito de abundância e porque confiam plenamente que se for necessário criar algo de novo, o conseguem fazer. Estão tranquilos perante a ideia de renovação contínua.

• Aprendem e desaprendem de forma igualmente rápida, conseguindo adotar novas ideias e conceitos e dar-lhes o seu “toque pessoal”.

• Conseguem melhor explanar todo o seu potencial e transformá-lo em resultados em organizações não-hierárquicas e flexíveis;

• Desenvolvem hábitos, disciplina e força de vontade para aprender, experimentar e praticar de forma contínua;

• Não têm medo de fracassar. Ficam chateados por não tentar e por não fazer! 

Acredito que para se definirem os melhores caminhos profissionais para Pessoas e Negócios, de vez em quando é necessário parar, descobrir, refletir e imaginar como podemos obter resultados e performances melhores através da combinação de metodologias diversas e mimetismo de outras áreas e criação.

Para podermos absorver a mudança, temos que ter processos ágeis, mas principalmente líderes, gestores, colaboradores, no fundo Pessoas ágeis de mente e ágeis de coração.

E por isso é que, através deste blog e dos textos e partilhas passados, atuais e futuros, assumo o compromisso de ser o melhor Knowmad que posso ser!

Um Abraço,

Hugo

P.S. O que podem os líderes e organizações fazer para preparem este “futuro”? Convido-@ a deixar o seu comentário ou reflexão. Obrigado!