As Emoções são a melhor Business Intelligence (Parte 2 e com TPC ?)

As Emoções são a melhor Business Intelligence (Parte 2 e com TPC ?)

As Emoções são a melhor Business Intelligence (Parte 2 e com TPC ?)

1920 1280 Hugo Gonçalves

Tudo o que nos irrita nos outros pode levar-nos a um melhor entendimento de nós mesmos

CARL JUNG

EMOÇÕES e COLABORAÇÃO, PERFORMANCE, BUSINESS INTELLIGENCEAPLICAR NA PRÁTICA

O “Water Connections” foi um evento que decorreu neste último FDS e teve como objetivo proporcionar diversas experiências de conexão com o elemento Água. Através de banhos de gelo, banhos de mar em grupo e batismos de surf, e também com uma palestra com Veda Austin, investigadora da Nova Zelândia que veio partilhar a sua visão sobre a “Inteligência secreta da Água”.

Logo às 8h00 de domingo eu já estava a dar um mergulho na praia de Matosinhos juntamente com outros saudáveis “maluc@s” ?. Em seguida fui assistir á conferência da Veda.

Ela leva um pouco mais à frente o trabalho seminal de Masaru Emoto, cientista japonês, que demonstrou como o efeito de determinados sons, palavras, pensamentos e emoções alteram a estrutura molecular da água e que assim os nossos Sentimentos, Atos e Palavras são detonadores de tudo em nosso redor!

A Veda utiliza como técnica expor a água a essas “emoções e manifestações”, congelá-la e depois fotografar os cristais que se formam. Partilhou com os presentes o seu percurso e as suas experiências sobre a ligação entre as Emoções, Palavras, Aspirações que projetamos e como estas se refletem na água, através de formas e padrões fractais bem definidos. Fiquei pasmado.

Mais do que explicar, deixo aqui um link com os “resultados” da observação da água quando em contacto direto com fotos ou manifestação de conceitos e emoções:

https://www.vedaaustin.com/examples-1

Apesar de já “saber” que de facto o que projetamos a nível de emoções, sensações, palavras tem bastante impacto, ver aqueles exemplos fez-me “sentir” essa convicção de forma diferente.

Na primeira parte deste artigo tinha partilhado a minha visão sobre como as Emoções poderão ser a melhor Business Intelligence para profissionais e organizações.

Hoje a minha proposta é apresentar-te algumas metodologias e ferramentas que podem ajudar a colocar em prática as observações, reflexões e ações relativas às dimensões da Inteligência Emocional:

 

AUTO CONSCIÊNCIA

Significa que consegues perceber de que forma podes contribuir através das tuas habilidades e competências e com o que te é mais inato. E também reconhecer gaps e pontos onde provavelmente a colaboração de outros poderá ajudar a tua performance.

Esta é uma etapa de diagnóstico, observação, reflexão e de “mapeamento” de Quem Somos, como Funcionamos, o que Estamos a Sentir ou que Contexto estamos a Passar e o Porquê disso tudo.

O DISC ou PDA (são autodiagnósticos de Liderança, Profissionais, de Forças e Oportunidades de Melhoria) são sempre ótimos pontos de partida.

Algumas ferramentas do Coaching e do Agile (na sua vertente Desenvolvimento de Pessoas) como a Estrela de Valores, Roda da Vida/Liderança/Profissional (onde escolhes as dimensões ou temáticas que são relevantes para o contexto em causa), o Personal Map, Self Assessments Produtividade Profissional e o VIA Character Strengths são também opções muito interessantes.

Todas estas abordagens permitem:

  • Parar ? e colocar-te no papel de observador;
  • Fatiar aos bocadinhos a complexidade e profundidade do Quem Eu Sou e Como Funciono ?;
  • Materializar através da escrita e da visualização algo que está meio difuso e no éter da mente;
  • Aprofundar este percurso, através das reflexões que daí surgem e das conclusões que irás tirar
PERSONAL MAP
DIMENSÕES DO AUTODIAGNÓSTICO DISC

AUTO REGULAÇÃO

Aqui reconheces um estímulo/feedback de outros como sendo apenas isso – uma visão diferente – e não o tornas pessoal. Assim dás a resposta adequada à situação, baseado na verdade e realidade e não nos vieses e triggers;

As reações mais extremadas que temos muitas vezes não têm a ver propriamente com a pessoa ou o assunto em si. Conectam-se mais com o que nas tradições mais contemplativas e espirituais se denomina de impressões, samskaras, ou o que António Damásio define como marcadores somáticos.

Basicamente são o conjunto das nossas aversões (não gosto) e apegos (gosto) do conjunto de eventos, experiências, hábitos e comportamentos adquiridos por escolha ou modelagem e que de alguma forma associamos a sensações e formas de sentir.

A Roda das Emoções (ou Wheel of Emotions) é um ótimo ponto de partida. Pois podes “cartografar” para determinado contexto e experiência qual é a emoção macro dominante e através da navegação dessa roda, poderás encontrar qual a emoção específica que define o que sentes.

Uma outra forma de trabalhar a autorregulação é utilizar a inteligência (sabedoria) em vez da mente (lógica, interpretações, vieses).

Alguns exemplos que manifestam a diferença entre mente e intelecto:

  • Mente não estou a conseguir ter foco ou vontade para este trabalho, vou falhar;
  • Inteligênciaobjetivamente neste momento não estou a conseguir dar o meu melhor neste trabalho, qual a melhor decisão e ações a tomar relativamente a isto? O que deve ser feiro e como posso ser bondos@ comigo?
  • Mente lá vou eu para aquela reunião onde não vou estar a fazer nada, que grande seca que vai ser e ainda por cima vai estar lá a pessoa X, que já nem a posso ver;
  • Inteligência – o que posso fazer para não alimentar os triggers que implicam estar com aquela pessoa na reunião? Como posso contribuir da melhor forma nesta reunião e se assim não for possível, qual a melhor ação a tomar?

Então, podes ter acesso a algumas perguntas de “inteligência” para ajudar à regulação emocional, perante “estímulos” ou determinados contextos:

  • O que estou a sentir?
  • Porquê que estou a sentir isto?
  • Isto é real e tem a ver com a pessoa ou contexto atuais ou são os meus vieses e crenças?
  • Qual a melhor ação neste momento?
  • Como posso ser bondos@ comigo?

Repara que, com estas questões percorremos o espectro das Emoções, Perspetivas e Comportamentos. Essa consciência irá dar-te soberania pessoal porque torna-se claro o que acontece, como acontece e porquê que acontece. E assim, com mais ou menos desafios e trabalho, podemos Responder (é uma Escolha) em vez de reagir.

RODA DAS EMOÇÕES

AUTO MOTIVAÇÃO

Motivação intrínseca é quando és motivad@ por fatores “internos” para atender às tuas próprias necessidades pessoais. A maioria dos hobbies e atividades que te realizam são baseados na motivação intrínseca. Fazemo-los porque gostamos, não porque temos de o fazer. Alimentam os nossos valores, drivers e aspirações.

Motivação extrínseca é quando és motivad@ por fatores “externos” que são dados ou controlados por outros, por exemplo, pelo salário ou pelo elogio. Infelizmente, a motivação profissional ainda é geralmente baseada quase em exclusivo em algo extrínseco, embora haja alguma motivação intrínseca envolvida, se gostas do que fazes.

Para reconhecer o que nos anima a nível profissional existem ferramentas espetaculares que são os Moving Motivators ou partes do BMY – Business Model You.

Estas permitem explorar com grande detalhe e riqueza quais poderão ser os nossos “drivers” (o que nos anima e faz querer fazer coisas). E de que forma os podemos fazer manifestar a nível pessoal e profissional.

Outro exercício é utilizares os 5 PORQUÊS para os objetivos, metas e resultados que pretendes atingir, sejam intrínsecos ou extrínsecos. Verás que é um ótimo filtro para reconheceres o que de facto é ou não importante para a tua vida como profissional, líder ou manager.

Existe um outro polo que penso que também é importante trabalhar nesta fase que é a dimensão do medo e procrastinação.

Ou seja, queres e precisas de fazer, criar, fazer acontecer coisas, projetos, trabalhos, ideias, etc., mas o medo e/ou a procrastinação podem bloquear um pouco este processo.

A boa noticia é que isto também pode ser trabalhado. Pode fazer sentido definires os teus medos e procrastinações, tal como defines os teus objetivos e resultados. ?

O Tim Ferriss tem abordagem denominada de Fear Setting, onde as temáticas das crenças, procrastinações e respetivos receios são fatiadas aos bocadinhos. ?

 

EMPATIA

Ideias, Produtos, Serviços, Resultados, Ações e Colaboração a nível profissional e organizacional são basicamente consensos e trade-offs.

Entre possibilidade e realidades, entre imaginar e implementar, entre aquilo que é o teu ponto de vista do que é necessário e a perceção do outro lado.

Aqui a minha visão é bastante simples. Quando o Coaching e o Design Thinking fazem pandã, obtemos grandes resultados. ?

A ideia chave é que, através da curiosidade sobre as Pessoas e Mundo e as suas aspirações e necessidades, podemos ter acesso a informação relevante e obviamente enriquecermo-nos como pessoas e profissionais.

“Eu Sou porque nós Somos” é uma frase que me tem acompanhado nos últimos meses. Basicamente porque muitas das nossas aspirações, resultados, objetivos que desejamos alcançar estão cada vez mais dependentes da interação e colaboração com os outros.

Sozinhos, já não podemos ir a todas. Existem “manifestações e experiências internas” para as quais os outros também contribuem – relacionamentos, aprendizagens, ganhos de consciência, acesso a outras perspetivas, experiências – que nunca irão evoluir até mais do que determinado ponto se, bem… o tentarmos fazer sozinhos. ?

No caso do trabalho e das organizações, cada vez mais estou a sugerir nos meus projetos de desenvolvimento de Lideranças, Equipas, de Inovação e Transformação Organizacional que possam existir momentos formais e verdadeiros de Shadowing e Cocriação de processos e boas práticas para atividades com owners simultâneos dentro da organização. Para que possamos conhecer a história toda do que se passa “do outro lado” em vez de as nossas decisões ações e palavras para com os outros serem exclusivamente alimentadas pelos nossos vieses, hábitos, ideias pré-concebidas

GALÁXIAS ENGENHARIA ORGANIZACIONAL – DESENVOLVIMENTO INTEGRATIVO DE PESSOAS E ORGANIZAÇÕES
MAPAS DE EMPATIA – VALOR – PARTES INTERESSADAS

PARCEIRAS E RELAÇÕES

Trata-se de sincronizar talentos, recursos, experiências e ideias, dar espaço e tempo para que as pessoas possam fazer definir qual a melhor abordagem para manifestar, fazer acontecer, executar.

Também aqui o catálogo de escolhas é grande. O ponto principal é cocriar, organizar, implementar e monitorizar a Colaboração Divergente e Convergente.

A divergente tem a ver com a sincronização da inteligência coletiva de organização e equipa com as necessidades, requisitos, paisn&gains que possam estar associados a um desafio, problema, oportunidade ou ideia no seio de uma organização.

Existe um ponto que chamo um “limbo” ou inflexão, onde as ideias, possibilidades, possíveis caminhos são triados. Através de critérios, experiências, protótipos e da consultoria colaborativa com os futuros clientes e utilizadores do valor criado que queremos entregar.

Em seguida temos a parte convergente, onde avançamos para o “delivery” através de gestão ágil e criativa de projetos, das metodologias ágeis mais concretas ao nível de desenvolvimento de produtos, serviços e tarefas associadas e do (re)design da cultura organizacional.

A nível mais emocional e relacional abordagens como a promover a comunicação transparente, descontraída e verdadeira é fundamental para que a verdade venha ao de cima e com isso, melhores condições teremos para criar o futuro.

Grande parte das abordagens do Design Thinking, Agile, Liberating Structures, Management 3.0 e outras abordagens criativas e de facilitação, o Feedfoward e Feedback Wrap, a Comunicação Não Violenta e o Culture Canvas poderão ser abordagens práticas interessantes pois irão dar origem a ações, comportamentos, entregáveis e acionáveis.

 

CODA

Para cada uma das abordagens e ferramentas que aqui partilhei contigo, existem outras 20, 50, 100 que também poderiam ser utilizadas. ?

O meu propósito é mostrar que até mesmo as temáticas mais etéreas podem ser trabalhadas de uma forma prática, visual, cinestésica e material.

E com essa “concretização de realidade”, mais clareza iremos ter sobre como todas estas questões nos impactam como profissionais, equipa e organizações

E assim estaremos melhor habilitados para podermos tomar as melhores decisões e agir de uma forma alinhada com a Pessoa que nos faz sentido Ser.

E assim tomar a Hugo S.A. próspera. E assim também irá prosperar a organização onde pertences.

O meu CODA de hoje é a propor-te de um mini processo de consciência, transformação e ação, sobre como podes explorar e agir relativamente às temáticas destes dois artigos de uma forma prática.

PERSONAL WORK CHARTER

Proponho-te um trilho, onde poderás navegar em muitas destas temáticas que partilhei e assim seres o Designer da tua própria Business Emotional Intelligence.

Com esta proposta, apenas posso apontar para onde pode fazer sentido olhar. Mas tu é que decides o que ver e explorar e o que fazer com isso! ?

Obrigado, Fica Bem e Abraço,

H

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