Que tal ser um JOMO nestas férias?

Que tal ser um JOMO nestas férias?

Que tal ser um JOMO nestas férias?

2558 1439 Hugo Gonçalves

Todas as épocas civilizacionais apresentam pontos de inflexão na tecnologia, arte, indústria, viagens, filosofias e religiões, só para dar um exemplo.

Mas uma qualidade que sempre acompanhou a nossa evolução como espécie foi (e é) o Medo. Uma das “qualidades” maiores no Ser Humano. O problema não é o Medo, a questão é como este é articulado através das nossas emoções, mente e pensamentos através de arquiteturas de Software e Hardware cerebrais internas (construídas durante centenas ou milhares de anos)  ainda não totalmente estáveis.

Um dos medos atuais é o FOMO – “Fear of Missing Out”. É uma sensação psicológica ou desejo de estar sempre conectado ao mundo digital, via mensagens, redes sociais ou apps.

De acordo com a neurocientista Lynda Shaw, os jovens e cada vez mais os adultos de todas as faixas estão a desenvolver uma hipersensibilidade ao FOMO. A busca de pertença, da tribo e de estarmos integrados através das tecnologias reduz artificialmente sensações de stress e isolamento.

Existe aqui um paradoxo porque podemos ter exatamente as mesmas sensações, emoções e independências psicológicas e emocionais através da abordagem exatamente contrária:

JOMO – Joy of Missing Out. A alegria em estarmos presentes connosco próprios e interagirmos de forma mais orgânica em detrimento da conectividade tecnológica com a aldeia global.

 

JOMO is the new FOMO 🙂

 

  • Um número cada vez maior de companhias IT e High-tech estão a desenvolver atividades e funcionalidades para encorajar as pessoas a desconectar;
  • A Google e a Apple estão na linha da frente desta abordagem, incluindo features de tracking do uso digital – uma espécie de contadores de calorias / fitbit para uso digital;
  • Em média os adultos passam cerca de 4 horas por dia ligados em “modo USB” aos feeds digitais e sociais;
  • E para terminar, 70% dos profissionais admitem que não desligam do trabalho mesmo quando estão em férias ou fim de semana.

 

E é neste último ponto em concreto que quero incidir, juntando os meus votos de Boas Férias e Bom Descanso.

 

O JOMO é basicamente escolhermos a opção de desconectar e sentirmo-nos bem com isso. É utilizar a abordagem milenar da atenção plena e do estar no momento presente adaptado à nossa abordagem profissional. A Tecnologia é necessária e proporciona uma melhor qualidade de vida, sem dúvida. O JOMO é atingir o caminho do meio e de equilíbrio na nossa relação com a tecnologia.

Num artigo anteriorO Modo Aviãopartilhei quais as vantagens de estarmos em alguns momentos da nossa vida profissional em modo avião. Mas isso é apenas o ponto de partida. Como podemos ser JOMOs? A analogia que faço é a da Nutrição e a Atenção no Presente:

  • CALORIAS DIGITAIS? – Hoje em dia estamos (e bem) a monitorizar a qualidade e quantidade do que comemos. Sabemos que algumas coisas nos fazem sentir bem e outras têm efeitos nefastos no nosso corpo e mente. O açúcar pode aumentar a ansiedade, o glúten pode deixar-nos prostrados. Quantas “calorias” digitais é que consome diariamente? E de que tipo? Música, artigos, e-books? Jogos, notificações de redes sociais, jornais? Experimente instalar uma app que monitorize a sua atividade digital no telemóvel ou computador. E vai ter respostas imediatas a estas questões.

 

  • CONTEUDOS SAUDÁVEIS? – Ter a consciência de quais os conteúdos e informação que de facto nos envolvem em registos positivos é fundamental. Para que possamos com maior energia e de forma informada escolhermos estar Out, quando queremos, independentemente se achamos que podemos. É um plano de nutrição, não um plano detox 🙂

 

  • AGORA? TALVEZ – Gerir as expetativas é fundamental. Comece a criar expetativas baixas relativamente ao tempo de resposta. Nada a nível profissional justifica a energia de urgência que às vezes damos à maior parte dos assuntos. Sei que é um pensamento contranatura do ritmo de furacão em que vivemos. Diga não á tarefa, mas sim à Pessoa. E se reparar, todos nós temos amigos, chefes, subordinados, fornecedores e parceiros que demoram dias a responder. Porque é que não podemos fazer o mesmo em algumas ocasiões?

 

  • BE! HERE! NOW.Remember: Be Here Now (Esteja Aqui Agora) é um livro de Ram Dass (1971), influente psicólogo americano e mentor espiritual cujo texto tornou-se ícone cultural nos EUA durante as sísmicas convulsões sociais e políticas que surgiram nos anos 1960 e 70 e que foi grande influência em figuras como Steve Jobs, por exemplo. Em alguma parte do tempo, não tenho infelizmente total consciência que são os pequenos momentos da vida que de facto se tornam a nossa vida. Facilmente gastei no último ano milhares de minutos a verificar se recebi emails, SMS ou whatapps ou reler pela 47ª vez o artigo do jornal eletrónico ou a notificação de que alguém gostou de uma imagem ou texto numa rede social. Será que posso ganhar tempo e energia se tiver outras escolhas? Claro que Sim!

 

Num outro artigo – As 4 Energias para a Performance Profissional – partilho consigo algumas sugestões para poder utilizar as férias como espaço de regeneração Profissional e melhor integração e dedicação à sua parte mais Pessoal.

 

Boas Férias | Bom Descanso |  Be a JOMO 🙂

 

Obrigado e Abraço,

Hugo

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