SPA² – Sanus per Action / Sanus per Acceptance

SPA² – Sanus per Action / Sanus per Acceptance

SPA² – Sanus per Action / Sanus per Acceptance

760 506 Hugo Gonçalves

Na semana passada tive oportunidade de concretiza um sonho antigo. Realizar um Caminho de Santiago e disfrutar de 6 dias Intocáveis. Foram momentos que navegaram num espectro bastante largo de emoções, sentimentos, reflexões e partilhas. Foi um SPA².

De facto, é uma experiência onde temos a oportunidade de estar em contacto connosco próprios, com um nível mínimo de ruído mental e que nos coloca perante algumas conclusões e soluções sobre determinados assuntos, pessoais e profissionais. Algumas delas espetaculares, outras nem por isso e que nos deixam a pensar e a querer fazer melhor, ou pelo menos diferente. É basicamente, como uma das pessoas com que me cruzei referiu, um caminho onde olhamos para a nossa própria Verdade.

Um dos insights que tive nesses dias de caminhada, que me levaram ao mar, às rias, às florestas e aos trilhos e aldeias foi a questão da Ação e da Aceitação. De facto, em muitas situações, não conseguimos percecionar a complexidade do que significa agir sobre determinados assuntos. E por nos ter sido passada a ideia de que temos sempre que agir ou reagir, não conseguimos ter a noção da importância de aceitarmos algumas coisas simplesmente como elas são.

 

O termo SPA – Sanum per Aquam advém dos banhos termais como prática ligada à saúde e ao bem-estar. Remontam à Antiguidade Clássica, principalmente aos Romanos. As primeiras termas nasceram em locais onde era possível desfrutar de nascentes naturais de água quente ou dotadas de propriedades curativas. Os antigos romanos, porém, usavam as termas mais como lugar de relaxamento e socialização do que como espaços terapêuticos.

Ação e Aceitação são estratégias geradas por um processo de socialização e diálogo… connosco próprios.

 

O Caminho

A Ação e a Aceitação são resultados de um conjunto de etapas. Primeiro, existe um processo de empatia interna, ou de saber conscientemente qual o desafio, oportunidade ou problema onde achamos que deve existir uma transformação. Que é importante para nós como Pessoas e que alinhamentos ou desalinhamentos existem na nossa vida relativamente a isso.

Depois segue-se a questão interna de avaliar quais os impactos de uma transformação. O que vai mudar, o que posso ganhar. Com que crenças e sentimentos menos confortáveis vai mexer. O que posso perder. “Pains and Gains”, na linguagem business.

Então chegamos ao ponto de definir o que fazer e como o fazer. O porquê nesta fase já deve estar entranhado dentro de nós senão todas as ações estarão condenadas à superficialidade ou insucesso. E depois é preciso fazer, mesmo que isso nos dê um nó no estômago ou garganta, conforme os casos. Ou se não depender de nós, simplesmente aceitar e confiar.

 

Ação e Aceitação nas Organizações

Existe SPA². Ação e Aceitação. E nós, neste mundo empresarial de objetivos, processos, vendas não estamos habituados a decidir não agir. A esperar que alguma coisa que não depende nós se transforme. Como humanos temos sempre a tendência de avaliar e julgar qual o impacto que os outros têm na nossa vida. Mas raramente conseguimos ter a clareza de espírito e mente para fazermos um scanner às nossas próprias abordagens e atitudes. E avaliar se de facto estamos a fazer o nosso melhor no nosso raio de influência. Não é fazer o máximo. Fazer o nosso Melhor.

E isso implica ficar ou ir embora, enfrentar as questões de frente, aceitar aquilo que não se pode mudar, manter os objetivos mas tentar encontrar outras estratégias, focarmo-nos mais nos caminhos e percursos do que nos objetivos e definir, através de 3 segmentos de análise – o que é importante para nós, o que posso fazer que depende de mim e aceitar que existem coisas que só dependem dos outros.

 

Tudo isto é SPA².

 

Então, como é que toda esta “ressaca” 🙂 do meu caminho de Santiago pode se enquadrar com o tema do costume, ou seja as Pessoas e Organizações?

 

 

  • Comportamentos também são ações, e daquelas que possuem maior impacto pois estão associadas não a um contexto específico, mas a uma forma de estar, coerência e princípios, que depois se refletem na forma como a própria organização, liderança e cultura criam e geram um ecossistema potenciador.

 

 

Reinhold Niebuhr acertou na mouche com esta frase:

Concedei-me (incluir aqui a sua crença, religião ou espiritualidade) a serenidade necessária, para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguirmos umas das outras.

Tinha estudos, este senhor,

Obrigado e Abraço,

Hugo

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