RÁDIO ALCATIFA, PODER, INFLUÊNCIA, BONDADE

RÁDIO ALCATIFA, PODER, INFLUÊNCIA, BONDADE

RÁDIO ALCATIFA, PODER, INFLUÊNCIA, BONDADE

750 501 Hugo Gonçalves

RÁDIO ALCATIFA, PODER, INFLUÊNCIA, BONDADE

Aquele que não é capaz de governar a si mesmo, não será capaz de governar os outros

MAHATMA GANDHI

Durante muito tempo acreditei que o meu sucesso estava na capacidade de conseguir fazer com que as minhas ideias pudessem ser seguidas pelos outros. Porque na minha cabeça, elas estavam corretas, funcionavam. 

Tinha sido essa abordagem que me rodeou durante muitos anos e porque o mundo – educação, escola, faculdade, trabalho, organizações estava (e ainda em grande parte dos casos está) associada a esta forma de criar Impacto pela direção e não pela cocriação.

Há alguns artigos atrás debrucei-me sobre esta questão, onde fui explorando em tempo real o fantástico Paradoxo do Poder nas Organizações.

Provavelmente não há novidade nenhuma aquilo que vou partilhar contigo, pelo menos a nível de bom senso. O que noto nas Organizações, através dos projetos que realizo com Líderes, Gestores e Equipas, é que em alguns casos, o “poder” não está diretamente associado à hierarquia.

Conheço team-leaders de linhas de produção industriais que possuem um poder maior do que os diretores. 

Conheço assistentes executivas de empresas de serviços que são as verdadeiras decisoras num determinado âmbito.

E então que dizer da famosa rádio alcatifa, o mecanismo orgânico e completamente marado que funciona como uma rede social no seio das organizações e que leva a tantas decisões, ações e retrabalhos taralhoucos? ?

A rádio alcatifa aparece porque não temos as meaningful conversations nas nossas empresas. Não existe confiança, transparência e abertura de corações e mentes entre as várias pessoas e nesse sentido, quando não assumimos essa escolha, as leis naturais que também regem os profissionais e organizações atuam. 

Poder é a capacidade para fazer a diferença no mundo através de decisões e atos.

Mas esta mesma experiência de poder de decisão e privilégios leva-nos a comportamentos, que nos nossos piores momentos, são instáveis, egoístas, impulsivos e com um foco fechado e não preparado para encontrar a solução mais adequada para o coletivo.

A forma como gerimos este paradoxo guia o impacto e resultados na nossa vida pessoal e profissional. Determina qual o nosso grau de “felicidade”. 

Prefiro utilizar as palavras paz interior, foco alinhado com valores e equilíbrio.

A empatia, generosidade, inovação, rigor intelectual e processos colaborativos serão mais perenes e robustos quanto maior o domínio deste paradoxo. 

Não por acaso, estas mesmas palavras são hoje descritas para definir o standard das organizações do amanhã (algumas já funcionam assim nos dias de hoje).

Então se calhar faz sentido falarmos de… Influência

Para mim é o materializar do Caminho do Meio entre o que é Importante para Mim e de que forma isso se encaixa nas aspirações dos Outros.


A Influência funciona com um propósito que é definido pelo foco de todos nós, como profissionais, em expressarmos os nossos princípios e valores, manifestarmos o que sentimos e o que é importante para nós e para a organização.

Tem a ver com Expressão e Manifestação.

O Poder muitas vezes funciona numa “energia” diferente. Eu faço, digo, decido coisas para poder receber a validação, admiração e quaisquer outras formas de controlo que por qualquer motivo não consigo gerar em mim através de um combustível emocional e relacional mais saudável.

Num contexto organizacional, e cada vez mais hoje em dia devido ao trabalho, equipas e responsabilidades distribuídas, remotas e complexas, a capacidade de Influência está no centro do sucesso de um líder e profissional, para a estruturação e implementação de mudanças, na construção de grandes equipas, na entrega de resultados e na implementação da visão estratégica – que no limite é, através de produtos e serviços, tornar a vida aqui da malta simplesmente… Melhor! ?

Mas isso começa sempre num único ponto de partida. Cada Um de Nós!

A Influência na Liderança, Gestores, Profissionais e Organizações atua com uma energia e foco diferentes dos restantes substratos de Influencers ?:

SUBSTÂNCIA – Um recipiente vazio só faz mais barulho. Ter paixões reais, experiência, conhecimentos sobre matérias, entusiasmo pelos assuntos e credibilidade são as bases sobre as quais a Influência pode acontecer;

CONFIANÇA – é a moeda da Influência. As pessoas só são influenciadas e só escolhem mudar quando confiam em nós. As pessoas confiam em ti quando cumpres o que prometes, falas com o coração e és íntegr@;

IMAGINAÇÃO – Quando desafias as crenças convencionais, avanças com ideias e forneces novos pontos de vista, as pessoas ficam mais energizadas, começam a confiar e mais facilmente se comprometem;

PARTILHA – O processo de influenciar os outros começa com uma intenção genuína de partilhar e contribuir em primeiro lugar;

COMPROMISSO – Só a intenção não é suficiente, o compromisso é a chave. A Influência raramente é gerada de um dia para o outro. Requer empenho, paciência e ser persistente ao longo de muito tempo.

É compreensível tudo isto que aqui partilho pareça esmagador e até assuste um bocado. Porque pode gerar medo, dúvida, exposição e crítica.

Mas o que é necessário nestes tempos de incerteza e perturbação é clareza mental, equilíbrio emocional, força e visão.


E aqui introduzo outra ideia chave deste artigo. A Influência inicia-se na nossa própria Bondade e Compaixão.

Acredita que tendo em conta a minha própria experiência e percurso, e o que vou vendo ao trabalhar e interagir em processos individuais e organizacionais de Desenvolvimento de Pessoas e Inovação Organizacional, este traço juntamente com uma Inteligência Emocional artilhada faz milagres. ?

Mas o que significa a Bondade e Compaixão para Líderes, Gestores e Profissionais?

Simplificando, é sobre ter uma perspetiva em relação a ti mesmo como sendo @ teu/tua melhor amig@, quando enfrentas um revés ou desafio. Os amigos VERDADEIROS dão-nos suporte quando precisamos, mas também nos dizem as verdades. ?

É uma habilidade que é simples no conceito, mas é surpreendentemente difícil para todos nós. Muitas vezes evitamos erroneamente a auto bondade e compaixão, acreditando que isso significa sermos complacentes.

Mas a Bondade e Compaixão são, de facto, a base para a resiliência e ajudam-nos, com honestidade e responsabilidade, a desenvolver a coragem para enfrentar factos difíceis. 

Ao termos uma atitude construtiva – em vez de crítica ou dura – em relação aos nossos esforços como líderes e profissionais, conseguimos Navegar e Responder a este contexto todo maluco.

A Bondade e Compaixão potencia a nossa INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, desde termos consciência do que se está a passar em nós e a habilidade de regularmos as nossas emoções e termos um maior domínio sobre o nosso radar de Influência, logo das nossas escolhas.

Também dá um boost à nossa RESILIÊNCIA, pois o foco não é apegar de forma agressiva ao que correu mal, mas sim no que podemos fazer para alterar a situação. Nestes tempos líquidos, onde é quase impossível como líderes, profissionais e gestores termos poder sobre os nossos resultados, devido ao VUCA e BANI, resiliência precisa-se! ?

Os pontos anteriores potenciam a consciência da POSSIBILIDADE, o que muitos autores denominam de Growth Mindset.

Esta atração pela evolução manifesta-se muito ao nível individual e pessoal, o que obviamente gera impactos nas outras dimensões que gravitam à nossa volta, incluindo o trabalho.

Com isto, é mais “fácil” sermos constantes na nossa INTEGRIDADE. Porque o mais importante é o que ressoa em nós e faz sentido, não o grau de dificuldade.

E claro que esta bondade e compaixão ativa a parte “externa” da inteligência emocional – EMPATIA E ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO.

Ficamos mais curiosos, interessados pelos outros, estamos mais abertos a compreender o seu quadro de referência e temos o talento de escolher qual a melhor forma de interagir com os outros. 

Líderes e Profissionais que são capazes de modelar compaixão por si mesmos e pelos outros constroem a confiança e segurança psicológica que leva a um maior envolvimento e alto desempenho sustentável das suas equipas e organizações.

Então, em resumo, a forma como exercermos a Influência nos outros é basicamente um subproduto do nosso próprio poder e soberania pessoais como Líderes, Gestores e Profissionais.

Aqui ficam algumas sugestões práticas:

Clarifica os teus Valores para ti mesmo e, portanto, para os outros;

Vive esses valores e dar o exemplo certo (ser autêntico e coerente);

• Contribui para a tua Comunidade (sim, negócios são uma comunidade);

Partilha a tua experiência, conhecimento, insights;

• Pratica a Escuta Ativa – escutar é uma forma de respeitar os outros;

• Constrói Confiança – uma conversa de cada vez;

Conecta-te Verdadeiramente com os outros;

Acredita nos seus Insights e Ideias (força da crença alimenta a paixão);

• E mantém-te Flexível para fazeres evoluir crenças e a aprendizagem;

• Sê Intencional sobre ser Generos@;


Obrigado, Abraço e Cuida-te

Hugo

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