Sabe que temos em nós, de alguma forma, o poder de danar o nosso padrão de pensamento em prol da libertação da própria mente (Anônimo)
Uma questão para si:
Batendo duas mãos uma na outra temos um som. Qual é o som de uma única mão?
São este tipo de questões que constituem um Koan!
Um Koan é uma narrativa, um diálogo interior, uma questão ou uma afirmação que contém aspetos que são imediatamente inacessíveis à razão. O Koan é um tema que o discípulo do Zen deverá resolver, mas cuja solução não poderá ser atingida apenas pelo pensamento intelectual. Este deve ser dissolvido e dar lugar a momentos e estados de intuição, visão de observador e integração de todos os nossos mistérios e conhecimento.
Desde 2010 que as palavras disrupção, coopetição, fuzzy logic, caos controlado, reconstrução criativa e outros termos influenciam a forma como Pessoas e Organizações interagem. A grande parte destes termos veio da ciência e o mais interessante é que estes tentam capturar uma existência e interação paradoxais em todas as nossas dimensões, incluindo a profissional e os negócios.
Em resumo, a ciência, através da sua evolução, desenvolvimento e certezas, valida as filosofias, formas de pensar, ambiguidades e incertezas referidas pelos nossos ancestrais desde há 1500 anos:
- “Pensar fora da caixa”é uma expressão que descreve o que os psicólogos definiram como pensamento lateral ou divergente;
- Meditação e Mindfulness– equilíbrio e acesso a emoções, sensações clareza são definidos pela neurociência como inteligências múltiplas incluindo a espiritual e existencial;
Os novos desafios das Pessoas e Organizações não precisam de respostas imediatas. Necessitamos é de colocar as melhores questões para o momento, desafio ou consciência atuais. As perguntas desmembram os dogmas – dogma é um ponto fundamental, indiscutível e inegociável de uma crença. Num mundo onde as certezas são cada vez mais escassas, os dogmas perderam totalmente o seu valor.
O que se atravessa no nosso caminho não é o que sabemos. É aquilo que nós achamos que temos a certeza que sabemos.
Como um CEO colocou de forma tão concreta:
Não é o que eu não sei que me mantém acordado à noite. É tudo o que não sei e deixei de saber, por achar que já sei tudo….
Fantástico Koan!
Distribuí alguns Koans por alguns colegas e clientes. Os Koans mais famosos foram compilados por Mumon Ekai. Pedi-lhes que através de um comentário ou feedback o enquadrassem com os seus desafios profissionais. Aqui estão as melhores respostas:
Koan | Quem pensa que entendeu se questiona; Quem pensa que não entendeu questiona os outros; Quem entendeu não diz nada; E quem não entendeu também não diz nada!
Resposta:
Na minha empresa é exatamente ao contrário. Porque quem não entendeu fala e age como se o tivesse feito.
Koan | Qual é o som do silêncio?
Resposta:
Gostaria de saber o que isso é. E não tenho tempo para parar e avaliar se o que estou a fazer é o adequado. Não apenas a curto prazo mas numa perspetiva de sustentabilidade. Se todos ficássemos em silêncio a comtemplar tudo o que envolve uma decisão estratégica, muitos problemas seriam evitados.
Koan | A própria mente desencaminha a mente; acautela-te contra a mente.
Resposta:
O que me vem à ideia é o analysis paralysis, argumentar e utilizar o racional e o expetável como algo superior ao poder da intuição e do atual.
Em resumo, os profissionais e as empresas necessitam de espaços de desconstrução, de abertura perante a incerteza e a ambiguidade. Metamorfoses e reconstruções serão as novas certezas.
E aqui entra a Humildade. Só através dela podemos questionar as nossas perceções e ter acesso aos nossos valores mais profundos.
Qual é o seu Koan? 🙂
Obrigado e Abraço,
Hugo