O mais importante é saber o que é mais importante.
Suzuki Roshi
Liderança Zoom
Que grande frase e que grande verdade!
Uma das palavras-chave nestes dias tem sido… ZOOM.
Zoom calls, Zoom webinars, Zooms workshops onde trasponho para uma abordagem digital (menos rica é certo) o trabalho que executava com a energia da presença, contacto humano, alegria e descontração que o podermos estar juntos permite.
Mas também tenho realizado outros Zooms. A mim próprio, tentando ter uma visão mais clara sobre o que de facto é o mais importante e a qual a melhor forma de responder (não reagir) ao que se está a passar.
Para alguns casos, a respostas implicam ação. Em outros exigem respeitar uma intuição de espera ou paciência, de reflexão e de auto-cuidado, como se fosse um período sabático ou de regeneração.
Mas tenho também feito outros Zooms mais externos. Desde o que vejo e escuto de diferente aqui da minha varanda improvisada de escritório – desde escutar muitas vezes apenas os sons da natureza no meio da cidade como os pássaros, o vento, as conversas das pessoas entre varandas e as janelas, a paciência tranquilidade que estamos a ter uns com os outros.
O meu Zoom também vê que apesar deste modo pause [❚❚] em que o nosso mundo está, continuo a ter luz, eletricidade, televisão, comunicações, internet, o lixo recolhido, os supermercados abastecidos, recebo cartas e encomendas online, e às vezes quando a minha aselhice como chef é maior que a minha força de vontade posso também sempre contar com um takeaway. 🙂
O meu Zoom também regista toda a entrega e energia que todos os profissionais de saúde estão a dedicar a quem sofre de forma mais direta e no âmbito da saúde desta pandemia.
Por tudo aquilo que descrevo neste último paragrafo – OBRIGADO!
Ao nível do trabalho, das empresas, dos líderes, gestores e operacionais, também estou a ver as coisas com outro Zoom.
Todos os dias nas notícias, onde aplico alguns filtros de curadoria, vejo com satisfação e com admiração a forma como algumas empresas conseguem em apenas alguns dias ou semanas reformularem os seus negócios e atividades, competências e talentos e direcioná-los para produtos e serviços que apesar de não serem o seu core, materializam os impactos e necessidades que neste momento necessitamos – proteção, testes, novas e seguras formas de interação social, utilização de big data e inteligência artificial para descodificar genomas, prever cenários, detetar padrões.
Ontem tive uma Zoom call com uma equipa de MKT que deseja “calibrar” através de um workshop de Design Thinking & Customer Journey o seu caderno de encargos e requisitos para um determinado produto digital. Foi uma conversa exploratória e de cocriação.
Não sei se o projeto vai ser adjudicado [ façam figas 🙂 ] mas tenho que partilhar que só a Zoom call em si já me aportou valor e “riqueza”:
Uma das participantes estava em formato teletrabalho em casa e a nossa reunião pontualmente era invadida pela sua filhota, que ora fazia chapéus de papel e colocava na cabeça da mãe de forma inesperada ou rapidamente, através de um abraço à progenitora, se juntava à nossa conversa. E tudo bem. Foi espetacular.
Nada dos formalismos e embaraços que eventualmente teríamos se tivéssemos a trabalhar na “normalidade”. A questão é que essa normalidade é um hábito. Não significa que seja um hábito human centric para o que como Pessoas desejamos viver neste momento.
Nesse sentido e pegando na famosa frase “Vai ficar tudo bem” eu diria algo diferente. Em muitas coisas associadas ao que está por detrás da essência e valores daquilo que referi nas linhas anteriores, JÁ ESTÁ TUDO BEM! 🙂
Que assim continue quando o Mundo, os Profissionais e as Organizações poderem trabalhar no que defino como sendo a “normalidade melhorada”. Quando Nós e o Mundo voltarmos ao modo Play [▶].
Como “estrategista” que sou, existem já algumas pistas sobre os weak signals e sobre os “cisnes negros” que poderão advir destes tempos em que vivemos e no futuro.
Um dos tópicos de estudo e qualificação deste período sabático é a Creative & Responsive Strategy e respetivas metodologias, e mais para a frente partilho quais a minha visão de futuring sobre o Capital Humano e Desenvolvimento Organizacional que vai surgir da aplicação destas ferramentas.
Fico também algo pasmo (e sem saber muito bem o que sentir) pois parece que em semanas se consegue pelo menos reajustar de forma prática, célere e aparentemente robusta a forma como o Mundo funciona.
E que agora que temos mais tempo, que o ritmo de vida baixa e saímos um pouco da máquina de lavar profissional, parece que nos metemos nessa mesma máquina, em modo centrifugação, sobre o nosso próprio Mundo e os nossos próprios Zooms. 🙂
E nesse sentido, aquelas coisas que se calhar já sabemos que têm que se manter ou que têm que se alterar, ou que temos que desapegar tornam-se mais claras. Normalmente o problema não é saber exatamente o que fazer para melhorar ou alterar uma determinada decisão.
Neste ponto a questão chave é…. COMO, pois isto pode implicar desenhar ações e por outro lado dissolver algumas crenças que se tornam mais “presentes” quando surge a necessidade ou a urgência em mudar ou evoluir.
Como o Mundo Interior de cada um é único, não tenho assim grandes conselhos para ti. Tenho é sugestões de atividades interativas e em formato de journaling/exercícios/jogos interativos para poderes, se quiseres, encontrar alguns insights e respostas. Encontrares o teu IKIGAI:
Ikigai (em japonês: 生き甲斐) é uma palavra japonesa que significa “razão de viver”, “objeto de prazer para viver” ou “força motriz para viver. De acordo com os japoneses, todos têm um ikigai. E descobrir qual é o seu requer uma profunda e, muitas vezes, extensa busca de si mesmo. Porém, essa busca é extremamente importante porque, somente a partir dela, é possível trazer satisfação e significado para sua vida.
Portanto, Ikigai é um estilo de vida que traga Harmonia, Longevidade e a Satisfação Plena nas diferentes áreas da vida, permitindo assim alcançar a Razão de Ser ou Propósito para a sua existência. A busca pelo sentido na vida está (na sociedade moderna) profundamente ligada ao entendimento de Quem Somos (nossas crenças, relacionamentos, cultura, formação, etc.), mas também em boa parte sobre O Que Fazemos (profissão, vocação, trabalho, lazer, etc.). Assim, em muitos casos nossa perceção sobre nossa Razão de Ser dificilmente estará completa sem encontrarmos consonância entre o que somos e o que fazemos.
IKIGAI PESSOAL – Assessment & [Exercícios (página download) ou PDF]
IKIGAI PROFISSIONAL – https://www.wrkshp.tools/tools/ikigai-canvas
REGRAMING DE CRENÇAS: https://reframe.thnk.org/
EVOLUTION OF TRUST: Um jogo interativo sobre a forma como decidimos e gerimos as nossas relações sobre a perspetiva da Confiança (TRUST) – https://ncase.me/trust/
Assim poderás, se te fizer sentido, fazeres o teu próprio Zoom-In e/ou Zoom-Out. 🙂
Essa consciência e informação podem ser importantes. Porque quando existem tornados e furacões, o sítio mais seguro é no centro dos mesmos. Dentro ou acima. Como o astronauta da foto inicial.
E quem sabe isso pode dar origem a um furacão de equilíbrio, de robustez, de convicções positivas. Sermos mais “líquidos”, mais orgânicos nas nossas convicções, mais plasma na nossa flexibilidade e evolução.
Como alguém disse:
“Não é a existência de convições que é o problema, mas o que nos acontece quando as mantemos rígidas, sem as examinar, quando presumimos a absoluta centralidade das nossas opiniões e tornamo-nos desdenhosos das opinões e convições dos outros.”
Obviamente, estou ao dispor para aquilo que precisares para lidar e melhor gerir em ti e com os outros este desafio nos temas onde sei que posso contribuir – Liderança, Desenvolvimento Organizacional, Estratégia e Design Thinking, Cultura e Equipas. É só apitar.
Obrigado, Abraço e Cuida-te!
Hugo