A Auto Liderança fatiada aos bocadinhos (com TPC) ?

A Auto Liderança fatiada aos bocadinhos (com TPC) ?

A Auto Liderança fatiada aos bocadinhos (com TPC) ?

1046 500 Hugo Gonçalves

A lista de erros dos quais nunca poderás recuperar é muito, muito curta. 

James Clear

AUTOLIDERANÇA FATIADA AOS BOCADINHOS

Nos últimos tempos tenho escrito bastante sobre a questão da Auto LiderançaAL, nomeadamente sobre a importância de:

  • Desenvolvermos a Consciência de quem somos, o que fazemos, e o que é importante para nós;
  • Ao mesmo tempo que temos a habilidade de Influenciar a nossas emoções, comportamentos e comunicação;
  • Para sermos “Owners” e Responsáveis, intencionalmente, da forma como pensamos, sentimos e agimos relativamente aos nossos objetivos e aspirações.

A Auto Liderança nutre e faz acontecer a dimensão do Leader Evolution, na Engenharia Organizacional. Este roteiro de desenvolvimento simultâneo de Pessoas e Organizações está a ganhar uma tração e impactos bastante interessantes nos projetos que tenho estado a realizar.

A AL é também um dos princípios ativos da especialização avançada em Liderança Evolutiva 720 (ainda vais a tempo ?), que arrancou a semana passada, que magiquei e que está a ser realizada em parceria com o CRIAP.

Com as minhas amigas e colegas Edite Amorim e Cláudia Palmeiro, estamos e vamos facilitar um percurso de consciência, transformação e ação sobre os (novos) papéis e interesses d@ Líder para um conjunto de profissionais de áreas tão distintas como o setor social, indústria do papel, indústria automotive, software, gaming e saúde.

Como normalmente acontece, o Serendipity fez das suas e “colocou-me” à frente do computador alguns artigos do Tony Gambill sobre a Auto Liderança, onde uma das frases chave está mesmo na mouche:

“Ter razão é sobre ter as respostas. Fazer as coisas corretas e adequadas tem tudo a ver com criar um ambiente de confiança e capacitar os outros para alcançarem as respostas certas.”

Parece-me muito bem, tem estudos este Tony! ?

Há dias atrás estava no Global Day do IPMA, a falar sobre a competência Resourcefulness, para gestores e líderes de projetos e sobre como esta iria cada vez mais exigir sermos excelentes a navegar nas Emoções (nossas e dos outros) e na Criatividade (nossa e para os outros). Ainda os “enganei” ?, perspetivando uma sensação de segurança, com o nome que dei à minha Intervenção – Emotions, Creativity e Resourcefulness – From Chaos to Order.

Mas fui falando sobre como a estrutura dos referenciais de gestão de projetos tinham derivables e formas de pensar e estar diferentes do que aquilo que nos estava a ser pedido pelas Pessoas e pelo Mundo

Fui malandro porque terminei assim, com um pequeno grande twist! ?

S.O.A.R.

Será esta capacidade de navegar eficazmente nas tuas situações mais importantes, complexas e relacionais que vai fazer a diferença nas Organizações e no Mundo do Trabalho.

A grande maioria dos líderes, gestores e profissionais com os quais tive a oportunidade de interagir (bem como conhecer de vista e de nome graças à rádio alcatifa das organizações?) possuí inteligência, vontade e conhecimento mais do que suficiente para terem sucesso.

As duas principais razões pelas quais os líderes “falham” são por não conseguirem estabelecer a melhor estratégia de “chegar” aos outros (empatia) e porque, de uma forma ou outra, as lições aprendidas não são apreendidas. Desejam criar e trabalhar em learning organizations, mas resistem a serem learning leaders.

Como estava a dizer, o Tony Gambill e o seu colega Scott Carbonara criaram um modelo que considero bem catita, porque sendo aparentemente simples, utiliza questões profundas sobre contextos, episódios e cenas concretas do nosso dia-a-dia que lidamos como Líderes, Gestores e Profissionais. As quatro fases do modelo são SELF, OUTLOOK, ACTION E REFLECTION (SOAR).

Esta abordagem fornece um quadro para desenvolver os conhecimentos e ferramentas essenciais para se gerir eficazmente o Self, criando consciência e clareza das oportunidades através do seu Outlook, criando insights para as melhores Ações, e compreensão e aprendizagem dos seus resultados através da Reflexão.

SELF

Reconhecer a Pessoa que Somos, que evoluiu através de uma combinação única de personalidade, traços físicos, emocionais e relacionais, inteligências múltiplas, hábitos, crenças, recursos e experiências:

  1. Articulas facilmente os teus objetivos e ambições;
  2. Conheces e descreves o ambiente que realça o teu “Melhor Eu”;
  3. Conheces e descreves o ambiente que realça o teu “Pior Eu”;
  4. És consciente dos teus “pontos fortes” e de como usá-los para atingir os teus objetivos e aspirações;
  5. Compreendes quais são as áreas de maior incoerência, inconsistência e menor talento (“fraquezas”) e como estas atrapalham o atingir dos teus objetivos e aspirações;
  6. Consegues citar rapidamente os valores pessoais em que mais acreditas;
  7. Levas em conta esses valores de forma constante quando tomas decisões ou defines prioridades.
  8. Dás uma importância especial ao autocuidado para responderes às tuas necessidades básicas emocionais, relacionais e profissionais;
  9. Sentes de forma clara quando as tuas necessidades mais fundamentais não estão a ser nutridas ou satisfeitas, por ti ou pelos outros.

OUTLOOK

Uma consciência de como vemos o mundo e como as nossas emoções impactam a nossa visão do mesmo.

  1. Estás ciente de como os teus preconceitos de perceção podem distorcer a forma como “vês” as situações e pessoas;
  2. Tentas ativamente compreender diversas visões de mundo;
  3. Tentas compreender as situações únicas dos outros antes de fazeres avaliações sobre elas;
  4. Sabes o que desencadeia as tuas emoções “negativas”;
  5. Reconheces como os teus sentimentos negativos ou não aceites afetam os teus comportamentos;
  6. Quando sentes emoções menos boas, fazes sempre uma pausa para ganhar equilíbrio antes de reagir;
  7. Usas regularmente a respiração para acalmar as tuas emoções;
  8. Estás ciente das tuas emoções e consegues descrever com precisão os teus sentimentos;
  9. Manténs-te fiel ao teu “Melhor Eu” quando estás envolvido em contextos e situações difíceis.

ACTION

As conversas que permitem avançar com sucesso nas tuas situações mais importantes, complexas e relacionais.

Durante as tuas conversas mais difíceis:

  1. És sempre claro sobre as tuas melhores intenções (Resultados e Relacionamentos) para a conversa;
  2. Tentas criar clareza e alinhamento sobre a questão central;
  3. Lideras com perguntas abertas para compreenderes as perspetivas dos outros;
  4. Sentes-te confortável ao permitir espaço e silêncio depois de fazeres uma pergunta;
  5. Vens preparado para partilhar as tuas perspetivas sobre a questão;
  6. Sabes como fazer perguntas que geram soluções orientadas para o futuro;
  7. Investes tempo para desenvolver acordos claros para ações partilhadas;
  8. Sentes-te confortável ao lidar com a postura defensiva/agressiva dos outros.

REFLECTION

O processo de avaliação crítica e bondosa dos teus comportamentos, perspetivas, hábitos e comunicação de ações anteriores para obteres insights para melhor te adaptares a desafios futuros.

  1. Sabes como refletir e aprender com as tuas experiências;
  2. Procuras ativamente feedback para a tua aprendizagem contínua;
  3. Consegues escutar feedback construtivo sem estar na defensiva;
  4. Defines ativamente objetivos de desenvolvimento para a tua melhoria contínua;
  5. Partilhas os teus objetivos com pessoas em quem confias e que apoiarão o teu progresso e estarão contigo caso de “insucesso”;
  6. Procuras e praticas regularmente novas competências, abordagens ou experiências para desenvolver continuamente skills importantes;
  7. Tens uma rede social de apoio que apoia a tua aprendizagem e crescimento;
  8. Crias planos claros para superar desafios recorrentes.

Tendo aqui estas questões, até é pena desperdiçar isto, certo? ?

Então as propostas te que faço são as seguintes:

Em primeiro lugar dedica-te a realizar um diagnóstico/assessment sobre de que forma estás a viver a tua própria Auto Liderança, utilizando estas questões do modelo SOAR.

A ideia é criares 4 mapas de radar, um para cada dimensão deste modelo.

Para cada uma das questões, indica da forma mais transparente e intuitiva qual o grau de aplicabilidade/presença de cada uma das situações mencionadas nas questões – sendo 0 = [não estou a fazer nada disto] e 5 = [respiro Auto Liderança através de todos os meus poros]. ? Fiz um boneco e tirei uma foto para ser mais claro e exemplificar o que te proponho – o ponto central vale 0 e na zona exterior do círculo vale 5.

Obviamente o mapa de radares que surgir vai trazer de forma “crua” e visual pontos robustos e outros onde melhorar, equilíbrios ou falta deles e principalmente o que podes potenciar e quais os gaps que podem fazer sentido trabalhares para poderes “viver” a tua Auto Liderança de forma alinhada com Quem És e da forma que, como Líder, Gestor ou Profissional, a tua Organização e Clientes também necessitam.

Então porque não utilizares a Blue Ocean Strategy para realizares uma transformação ou evolução? Ou seja, para cada uma das dimensões SOAR, estabelece uma estratégia sobre o que podes começar a fazer, deixar de fazer, fazer mais e fazer menos relativamente a cada uma destas dimensões, de forma a atingires uma maior habilidade, robustez e alinhamento na parte da liderança e gestão das atuas atividades, equipas, pares, líderes e clientes.

Ficarás com um plano estratégico de Auto Liderança.

Para o conseguires implementar no teu dia-a-dia “só” falta depois identificares que hábitos e ações poderão materializar aquilo que definiste.

Relendo este artigo agora sim, consigo ver espelhado um ciclo de consciência, transformação e ação, com aplicações concretas ao dia-a-dia.

Acho que consegui fatiar este grande elefante da Auto Liderança aos bocadinhos.

Que te parece?

Obrigado, Bom TPC e StaySafe,

Hugo

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